Glamour à francesa
Ao completar 110 anos, a Avenida Rio Branco é um dos destaques entre as imagens que compõem a mostra na Casa de Rui Barbosa.
O dia 15 de novembro de 1905 foi marcante para o Rio. Depois de três anos de demolições e obras, conhecidas popularmente como bota-abaixo, os cariocas finalmente puderam ser apresentados à parte mais vistosa do projeto : a Avenida Central ( atual Avenida Rio Branco ).
A via, inspirada nos boulevares parisienses, se tornou o principal marco de uma ampla revitalização de todo o Centro, empreendida pelo prefeito Francisco Pereira Passos ( 1836-1913)
inaugurada como um eixo de ligação entre a Praça Mauá ( na época ainda em construção ), e a Glória, ela foi desenhada pelo engenheiro Paulo de Frontin ( 1860-1933) e aberta ao público com 30 prédios prontos e 80 em fase de edificação, ladeando seus 1800 metros de extensão e 33 metros de largura. A avenida era dividida por um jardim, com árvores de pau-brasil, e virou endereço preferencial de empresas, jornais, clubes e outras instituições de peso.
Apesar do avanço incontestável, a reforma foi cercada por polêmica. Para a abertura da via, foram demolidas mais de 600 casas, o que desalojou centenas de pessoas. O mesmo aconteceu em vários pontos da cidade, para a criação de outras avenidas, como a Passos, Uruguaiana e Atlântica
A partir da década de 40, a rio Branco foi perdendo seu ar europeu, com os prédios em estilo eclético sendo substituídos por arranha- céus. mas ainda restam algumas edificações do período, que agora assistirão a uma nova mudança, com a instalação da linha de VLT por toda a sua extensão. Para os interessados em conhecer mais a história da região, a Casa de rui Barbosa abriga, até 10 de janeiro de 2016, a mostra Visões do Rio Antigo, com documentos, fotografias e cartões -postais da virada do século XIX para o XX.
Heloíza Gomes, Veja Rio, 2015,18 de novembro.

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