No meio da Baía de Guanabara,levando surra para dominar um veleiro recém-comprado,Lauro Wollner,aos 11 anos, nem sequer imaginava aonde aquela aventura com seu pai o levaria.Mas,graças à vela,Lauro viajou o mundo e teve inspiração para criar o modelo de carteira dos anos 80-aquele de nailon,fechado com velcro.A idéia surgiu quando ele viu algo parecido nas mãos de um velejador americano.
"Peguei retalhos de velas e comecei a fazer as carteiras em casa,com a máquina de costura da minha mãe.Era uma coisa de garagem", conta o empresário.
Um dia ,aos 18 anos,levou sua invenção à loja Company ,ícone da moda jovem da época.O resultado: a produção de 100 carteiras por semana pulou para 10 mil. Wollner virou o fornecedor das marcas que queriam ter o must da moda.
De tanto viajar e trazer tudo quanto é "cacareco" que achava interessante,num estalo começou a perceber a importância de implementar avanços em sua própria mochila.E assim como as carteiras, um sem número de grifes passou a apostar em sua nova empreitada.Até que a arquiteta Carla Aquino Calarge Wollner,sua mulher, o convenceu a criar sua própria marca.
A estréia da grife foi numa discreta loja em Itaipava,em 1994.Daí para frente,começou o processo de franquia.Nesses 15 anos os números impressionam.São cerca de 5 mil mochilas vendidas por mês, entre os 500 modelos diferentes criados pelo empresário.
Velejando a favor da corrente só um concorrente internacional ameaça:
"A competição com o produto chinês é desleal.Nunca vou enfrentar um chinês no preço,mas tenho uma qualidade que ele nunca vai ter.Na juventude não tive banda de garagem.Essa parte da casa era ocupada pela minha primeira confecção,mas nesse tempo todo acho que aprendi muito bem a dançar conforme a música."
Ou melhor, velejar conforme os ventos.
Texto tirado da revista Seleções Riders Digest de fevereiro de 2010.