segunda-feira, 8 de junho de 2009

Rugas

Tenho cabelos claros pintados para esconder os fios brancos.Não me recordo exatamente em que ano eles começaram a embranquecer.
Tenho algumas rugas em volta dos olhos,mas também não me recordo quando elas começaram a aparecer.
Tento disfarça-las, são tantas novidades no campo da dermatologia, achei por bem aproveitá-las.
Do corpo quase não cuido, só recentemente entrei para uma academia por ordem médica.Ele me disse que na minha idade preciso de exercícios...
Mas falto mais do que vou.Não gosto de fazer ginástica.
Das minhas unhas cuido semanalmente, penso que elas são um cartão de visitas.
Unhas mal tratadas causam uma péssima impressão!!
De uns dez anos para cá descobri os cremes e aí compro um aqui ,outro ali e no final não uso nenhum,mas compro, só de olhar nas prateleiras já percebo que as rugas se retraem.
Sou assim,vaidosa, mas não em excesso, penso que sou na medida certa para uma mulher.
Enfim, os anos passam e as marcas que eles deixam em nós, não temos como conter.
Nem pretendo isso!
Acredito que cada marca que meu corpo carrega tem uma linda história.
As vezes na frente do espelho ao descobrir uma nova ruguinha fico pensando o que a causou.
Depois reencontro outra que já está vincada há anos e me recordo quando ela apareceu.
Poderia enumerar também a história de cada fio de cabelo branco.
Foram filhos,amores,marido,amigos que colocaram eles ali.
Não quero me desfazer de nenhuma dessas marcas, apenas amenizá-las, acho que mereço isso.
A vida me deve isso.
Atualmente a parte que merece mais a minha atenção é a cabeça.
Tento, todos os dias colocá-la no lugar, equilibrá-la, alimentá-la com sonhos e alegrias.
Corpo e mente caminham juntos.Se um estiver em estado lastimável, o outro provavelmente vai se deteriorar.
Não escondo minha idade.
Não adiantaria falar que tenho 35 e apresentar um filho de 30.
Portanto eu confesso, tenho 61 anos.
Metade deles bem vividos, a outra metade muito sofridos.
Mas é exatamente aí que está o encanto da minha idade.
Conheci de tudo um pouco, das lágrimas aos sorrisos e ambos me fizeram ser essa pessoa que sou hoje.
Ficaram as rugas no rosto e na alma, mas também ficaram sorrisos em ambos.
Minhas rugas mais bonitas são aquelas marcas de expressão que eu adquiri por tanto sorrir, muitas vezes quando ocoração chorava.
texto recebido por e-mail, com a assinatura S. Duboc.

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